Aí…
Chegou um cara, botou um caminhão de dinheiro na mesa e mudou tudo. Agora o time é uma vitrine de craques, sua camisa é conhecida no mundo inteiro, virou o clube a ser batido no campeonato e até no videogame se tornou uma febre. Isso até o dia em que o Patinhas cansar da brincadeira e cair fora.
Conhece essa história? Existe um clube inglês que se adapta a ela, mas poderia ser um Juventude, um Criciúma, um Madureira, um Novorizontino, um Santo André…
Falo do Manchester City, atualmente a maior mentira do futebol mundial. Sempre viveu na rebarba do United, nunca foi mais do que mediano na Inglaterra, onde o maior título era ser o time de coração dos caras do Oasis, e de repente virou o clube mais rico do mundo.
Robinho, Tevez, Balotelli, Aguero, entre outros. Nomes caríssimos e jogadores cobiçados no mundo todo vestiram a camisa do City, algo até bem pouco tempo impensável. E muitos recusaram. Kaká e Fábregas não foram seduzidos pela fortuna sem tradição. Fernando Torres foi outro que também não se sentiu atraído. Ou seja, só dinheiro não resolve.
O City não virou um clube grande. E não será o dinheiro que o fará. Times brasileiros como Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Santos, São Paulo e outros são muito maiores, possuem muito mais tradição, mas é costume do brasileiro achar que “está lá fora = é maior”. Não é.
O time, isso sim, é muito bom. Mas, mesmo assim, precisa ganhar. E a eliminação precoce na Liga dos Campeões mostra que não basta ter uma fortuna para ser campeão. É preciso ter história, tradição e torcida por trás. Por mais que o City tenha a maioria dos torcedores em Manchester, isso não conta muito. Se fosse diferencial, o Shalke 04 seria campeão fácil na Alemanha, e não é bem assim.
Esses times montados servem apenas para inflacionar salários e fazer a festa de empresários. Eles também colocam um tempero a mais no campeonato nacional, é mais uma equipe na disputa, porém, nada além disso.
Na Espanha agora temos o caso do Málaga, que teve uma parte comprada pelo sheik Abdullah bin Nasser Al Thani por 36 milhões de Euros em 2010, e está comprando jogador por atacado. Vai ser páreo para Barcelona e Real Madrid? Isso só o tempo dirá (e contratações certeiras), mas dá um alento ao desequilibrado Campeonato Espanhol. Porém, não é um clube grande e não será por muito tempo. Nem o City.
Não nos esqueçamos do Chelsea. Abramovich também chegou e enfiou um Everest financeiro no caixa do clube. Mas após anos só ganhando o campeonato caseiro, viu que é preciso um algo mais para conquistar títulos maiores. Tomou prejuízo e passou a trabalhar na montagem de um clube de futebol. O Chelsea não é mais o time a ser batido, mas é uma equipe muito mais forte e preparada mentalmente do que há alguns anos.
O caminho dos times que ganham na loteria pode ser esse: paciência. Mas eu só quero ver como ficará quando os milionários cansarem da brincadeira e resolverem pular para outro esporte. Toda bolha um dia estoura.
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